quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Barcelona.Fotografia

Barcelona . Exposições de Fotografia 


Taller de Lucho Poirot al CIFB, c. 1979 

Aproveitando este clima primaveril que já se faz sentir pela península e com os preços das viagens cada vez mais acessíveis, a recomendação de hoje vai para Barcelona. Palco das maiores intervenções culturais de Espanha, apresenta duas excelentes propostas no âmbito da fotografia.  
O Museu d’Art Contemporani de Barcelona (MACBA), tem patente até ao dia 20 de Maio a exposição “Centre Internacional de Fotografia Barcelona (1978-1983)”. O património fotográfico espanhol tem um papel importante no Centre Internacional de Fotografia Barcelona (CIFB), uma instituição pioneira que entre os anos 1978 e 1983 levou a cabo um importante trabalho no campo da fotografia. Sobre a tutela de Albert Guspi, o centro dedicou-se à docência, divulgação e à produção, sendo uma peça chave no debate sobre a fotografia durante o período de transição espanhol. Fruto de um trabalho de investigação, o Museu d’Art Contemporani de Barcelona (MACBA) recupera este legado com uma exposição e um livro. A mostra reúne quase 600 imagens sobre a vida popular em Barcelona, assim como um conjunto documental inédito (cartazes, publicações, artígos, flyers...) que irão formar parte dos fundos do Centro de Estudios y Documentación do MACBA.  Mais informações em: http://www.macba.cat/es/inicio




 © Eggleston Artistic Trust, cortesía Cheim & Read, Nueva York

A Fundació Foto Colectania apresenta a exposição “La morada del hombre. Fotografías de la Colección Martin Z. Margulies”, comissariada por Régis Durand, A mostra gira em torno da questão de como habitamos no mundo e reúne mais de 165 obras de 50 artistas. Com uma actividade de coleccionismo desde inicio dos anos oitenta Martin Z. Margulies foi construindo uma das mais importantes colecções de arte contemporânea que inclui pintura, escultura, vídeo e fotografia. Agora e pela primeira vez, parte da colecção de fotografia poderá verse numa exposição que nasce a partir da relação do próprio coleccionista com Mario Rotllant, presidente de Foto Colectania. “La morada del hombre”, explora a questão de como o Homem habita no mundo, interactua com ele, o modifica e por ultimo como deixa a sua marca na realidade das emociones da vida, do trabalho, da natureza. A mostra inclui os grandes nomes da fotografia internacional, entre eles, Walker Evans, Dorothea Lange, Lee Friedlander, Ed Ruscha, Stephen Shore, William Eggleston, Helen Levitt, Andreas Gursky y Roni Horn. Uma oportunidade para ver um conjunto formidável de artistas reunidos num único espaço até dia 16 de Junho de 2012 na Fundació Foto Colectania em Barcelona. Mais informações em http://www.colectania.es/

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Instituto Cervantes @ LX até 31 de Março


Javier Cercas
Francisco Ayala
 Claudia Piñeiro
Mario Vargas Llosa

"De tinta e luz. Um olhar à alma das letras hispano-americanas" de Daniel Mordzinski

Daniel Mordzinski, o fotógrafo dos escritores, trabalha há mais de trinta anos num ambicioso projeto, o “atlas humano” da literatura espanhola e latino-americana. Dotado de uma particular sensibilidade para captar a verdadeira essência da criação literária.  Mordzinski converteu-se no melhor cúmplice de três gerações de criadores e retratou os protagonistas mais destacados das letras hispanas.
A mostra que compreende um período de 1982 até 2010 recolhe mais de oitenta fotografias de autores Ibéricos e Franceses como Claudia Piñeiro, Mario Vargas Llosa, Francisco Ayala ou Javier Cercas. Este já vasto arquivo de escritores  pode ser visitado na sala de exposições do Instituto Cervantes em Lisboa até ao dia 31 de Março. Mais informações em http://lisboa.cervantes.es

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Festival Mini-Mercado, 24 e 25 de Fevereiro 2012 @ Mercado Negro - Aveiro






















Com uma actividade cultural intensa, a Associação Cultural Mercado Negro em Aveiro tem vindo a demonstrar que a cada dia que passa, cria uma forte presença na arte urbana, com cheiro a novo e alternativo com melhor que se faz dentro e fora de portas, seja o conceito vago ou supérfluo para muitos, este caminho trilhado desde 2006, marca uma presença incontornável no panorama cultural Aveirense.
O fim-de-semana passado foi alvo de uma invasão de sons, num formato alternativo, numa fusão de um misto de grande transparência e rugosidade própria, característica dos elementos presentes e ausentes.
A noite de sexta-feira começou com Pedro Pestana mentor do projecto Tren Go! Sound System. O projecto consiste numa ampla e vasta exploração de sons que podem advir de uma guitarra. Com uma quantidade de pedais, para os “quinhentos mil” efeitos produzidos ao longo do concerto, Pedro Pestana criou autenticas sonoridades cosmo geográficas. Bastava desligar o olhar e sentir uma viagem pelas maravilhosas praias Madeirenses, ou ainda por uma viajem pelo mundo costa a costa. Com influências de vários territórios, o concerto ou performance já que fomos brindados por visuais líquidos em constante mutação de forma e cor, o visualismo marcado pela já longa experiencia do Pedro que absorve a cada canto que passa, criando sonoridades para completar o já vasto espectro musical. Para quem já o tinha visto em 2007, o crescer é uma razão de existir.
Foi nesta primeira noite que se verificou que nem todas as maças são boas. Problemas técnicos aparte, isto porque o quinto elemento dos Sensible Soccers, estava com alguma má disposição, os outros quatro Hugo Gomes, Emanuel Botelho, Filipe Azevedo e o ex-Portugals, Né dos Santos, brindaram a audiência do auditório do Mercado Negro com uma dos mais brilhantes performances deste Mini-Mercado. Já não com os míticos sons das bolhas, este conjunto coeso, mostrou ao longo dos temas uma presença sonora rica em ritmos mais psico-ambientais, uma clara transmutação do psicadelico-rock com o dub-chill. Estranho?! Ao fim de dois temas a coisa estava mais que absorvida, e quando tocaram o “Fernanda” a plateia encontrava-se mais que rendida aos encantos destes jovens. A interacção e boa disposição do grupo brilhou numa apoteose generalizada, que resultou numa das mais simpáticas actuações deste mini-festival.
 O segundo dia começou com Lace Bows. Alter-ego de Rui Nogueiro, musico e compositor que cria através de uma parafernália de pedais e um baixo uma sonoridade densa em sons minimais com alguma dose de magnetismo criando uma evolvente drome/sónica, que por vezes transforma um estado de simplicidade em estado de sítio. Isto a agravar-se por ruídos underground de misturas em formato analógico.
Depois da blue-hour com o Lace Bows, caiu a noite ao som de Black Koyote. E que bom começo de noite. Com muito poder da maça, o trio com o mentor José Alberto gomes, viajou durante uma hora por sons mais electrónicos, criando uma atmosfera minimal de pura alegoria a fusões fruto de várias influências e de múltiplos estilos. Um final de tarde muito simpático que envolveu a assistência por uma atmosfera rica de cores e formas, isto porque esta apresentação contou com projecções dedicadas em exclusivo para a apresentação no Mercado Negro.
Após um curto intervalo para manutenção do corpo e mudança de local, o auditório voltou a acolher os dois últimos concertos. Desta vez com os Cangarra, um duo formado por Ricardo Martins e Manuel Gião. Bateria e Guitarra combatem ao longo de trinta minutos numa electricidade poética. Arrebatadora de uma classificação de puro Rock, não fosse o clima vintage que os equipamentos e decor de espaço proporcionam.
Depois dos ouvidos bem temperados, chegou ao fim este evento com os  Asimov, que vieram cheios de pujança para apresentar mais umas sonoridades heavy psych boogie blues rock. Uma maluqueira frenética e alucinante bem característica do rock psicadélico dos anos setenta. Um recriar de emoções para bons amantes do som mais puro hard rock a tocar por vezes em atmosferas mais heavy metal.
Uma aposta mais do que ganha para o Mercado. Este Mini-Mercado foi uma boa representação do melhor som emergente. Não me admirando que algumas destas propostas passem a ser em breve proposta de grandes eventos nacionais e internacionais.