Nem sempre uma boa programação é sinónimo de uma generosa participação por parte do público. Samuel Úria preencheu a segunda noite de concertos da Bienal de Vila Nova de Cerveira, um evento transdisciplinar que decorre a cada dois anos na vila minhota. Quando subiram ao palco o resto da comitiva composta Filipe Sousa, no baixo, Jónatas Pires na guitarra, Miguel Sousa no órgão e Tiago Ramos na bateria, a sala já estava bastante composta, e deram aquilo que se pode chamar de excelente concerto. Não é de leitura fácil, contudo com o passar do tempo e várias audições às músicas, a melodia começa a ficar no ouvido e acaba-se por se gostar. É da fusão de vários estilos (tão em voga nos últimos tempos) com uma pitadinha de bom humor, que fez vibrar a assistência, enunciando uma dose de ironia peculiar que manteve o publico activo do primeiro ao último momento do concerto. Momentos que fazem apostar cada vez mais em nomes menos conhecidos, já que na arte nem todos são grandes logo de inicio.
(artigo publicado no clip 372 de 28 de Julho)