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Do mel da João à meditação do Sassetti trio
O «EstareJazz» é já uma marca do Cine-Teatro de Estarreja chegado os dias frios e de chuva. A edição 2010, depois da habitual sessão que apresenta o resultado do workshop, trouxe nomes incontornáveis do nosso ‘jazz’: Maria João e o Bernardo Sassetti Trio. Ir a um concerto da Maria João é como saborear umas torradinhas com muito mel. Primeiro estranha-se a composição e mistura, depois entranha-se. A sua doçura como “entertainer” é contagiante.
Neste seu novo projecto, “Mingus, Jobim e a Aventura Amorosa das Abelhas” - um nome
que a própria cantora considera um pouco confuso – realça a sua influência em artistas reputados, tendo sido criado com João Farinha (piano) e contando com a colaboração preciosa da electrónica de André Nascimento em palco.
As quase duas horas de actuação tiveram ironia, quando Maria João considerou a hipótese de fazer um dueto com o Bruce Springsteen na música «Dancing in the Dark», ou momentos de vocalizações brutais que maravilharam o público. Por breves momentos, a actuação fez lembrar as excelentes composições oriundas da editora Verve.
No dia seguinte, o «EstarreJazz» acolheu mais três figuras ímpares da música lusa, neste caso, através do Bernardo Sassetti Trio. Sassetti, ao piano, Carlos Barretto, o contrabaixo, e Alexandre Frazão, na bateria, estão juntos há mais de uma década e, desta vez, apresentaram o novo disco, «Motion». Para quem esteve na noite anterior, este trio veio criar um laço ainda maior de intimidade. Não só pela intensidade qualitativa dos protagonistas e pela presença de uma audiência mais participativa, o ambiente entre a música em palco e o som da chuva que se fazia ouvir por entre as
portas laterais de acesso à plateia foi fabuloso.
Tão confortante ao ponto de existir a sensação de que esta é a melhor das meditações. Música ‘jazz’ vindo de gente iluminada. Para finalizar, é bom ver que a sala esteve composta com mais de trezentas pessoas em cada um dos espectáculos, sinal de que os grandes eventos de música do Cine-Teatro de Estarreja não vivem somente do mediatismo ‘pop-rock’.